domingo, 13 de dezembro de 2015

BR 381



Gosto da viagem noturna,
pela janela do ônibus a ausência de horizonte consegue me impedir de pensar.
As árvores passam como grandes fantasmas iluminadas pelos faróis dos automóveis.
Hoje choveu, pingos d'água grudaram na janela e brilhavam 
como quisessem ocupar o lugar das estrelas que neste choroso céu não apareceram.
As pessoas dormem. Elas estão cansadas da viagem ou da vida.
Eu olho pela janela, já estive cansado como elas, 
mas sei que viver é algo maior e mais sinuoso que esta estrada.
E que preciso seguir mesmo sem destino, 
mesmo sem paradas,
até que eu encontre alguma luz para este mistério que é a vida
ou simplesmente 
as luzes da cidade.


Cael Soares

Um comentário:

Jaqueline Monteiro disse...

Pela janela os pensamentos não são tão grandes quanto parecem!!! Amei o texto.
❤❤❤